Conceitos sobre o segmento de mercado das roupas de festa: a Alta Costura
As roupas do segmento de Alta Costura ou de Prêt-à-Porter de luxo,
têm como função vestir de forma apropriada em determinadas ocasiões,
promovendo a mulher, passando uma imagem elegante ou sensual
demonstrando sua classe e bom gosto, como também o conhecimento de que
ela está na moda. Essas roupas são feitas para ocasiões especiais como
casamentos, bailes de formatura, cerimoniais, recepções e outros
eventos em se seja solicitado um traje a rigor, agregado a um valor de
luxo e elegância na forma de vestir.
O vestuário é uma espécie de classificador de indivíduos capaz de
mostrar sua classe social, grupo, estado de espírito. Segundo Durand
(1989, 27) as roupas são meios de comunicação; estamos transmitindo
mensagem o tempo todo, através da aparência do nosso corpo vestido.
Cores que antes eram femininas, hoje os homens usam, tabus são
quebrados conforme surgem novas maneiras de ver as formas e cores.
Na antiguidade as roupas eram praticamente iguais, tantas as
masculinas como as femininas. Foi somente na Idade Moderna que elas
sofreram modificações separando a vestimenta masculina da feminina.
Com a Revolução Francesa derrubam-se as “Leis Suntuárias”, onde a
monarquia perde o direito absoluto de usarem determinadas cores.
Considerações sobre os seguidores da Alta Costura
Segundo Durand, a Alta
Costura é o artesanato de luxo que veste mulheres de elite. As
clientes são geralmente esposas, filhas ou outras parentes de grandes
homens de negócios, políticos ou membros das altas cúpulas do Estado.
Em geral famílias socialmente mais ativas que mantém calendários mais
repletos de festas, viagens, recepções e cerimônias. DURAND, (1989, 47).
Ainda segundo Durand, Alta Costura começou a existir em países
onde houve nobreza de tradição e vida de corte que costumava definir
os termos de refinamento, de maneiras e de exclusividade social. A Alta
Costura vestia também mulheres de alta burguesia que acabam se
misturando a nobreza pelo casamento, frequentando os mesmos lugares e os
mesmo s costureiros.”
Artista,
Cantoras líricas, atrizes de teatro, cinema e televisão, pop stars
multiplicaram o impacto de seu desempenho em público vestindo-se com
requinte, a ponto de tornar obrigatório, para uma carreira realmente de
êxito, um guarda roupa notável.
Imagem via ArtValue
A Alta Costura lida com vestidos “fora se série”. Eles são procurados
para ocasiões solenes, como casamento, recepções cerimônias
publicas. Houve tempo em que mesmo vestidos de uso diário eram
encomendados a tais artesãos de luxo. As clientes da Alta Costura
procuravam o mais caro para garantir o prestigio social que se esperava
desfrutar no consumo de luxo. Os artesões e comerciantes conhecem, na
prática, o princípio segundo o qual não vale à pena oferecer bens e
serviços de luxo a preços módicos, pois isso ameaça seriamente sua
credibilidade.
Essas mulheres podiam escolher um costureiro em sua própria cidade,
fora dela ou no estrangeiro. Já as milionárias não tinham problemas em
viajar até os centros mundiais da arte, do luxo e do requinte da vida
nas capitais europeias ao longo da década e dos séculos. Paris, Londres,
Berlim e Viena tiveram seu apogeu.
Além de vestir um grupo restrito de mulheres privilegiadas, a Alta
Costura foi paulatinamente assumindo outra função, a de fazer desfilar,
duas vezes por ano, coleção com modelos originais, primavera-verão e o
outono-inverno.
Mudanças na composição etária e sexual da população são fatores que
podem atuar decisivamente na aceitação e no êxito de uma coleção. É por
isso, que se valoriza bastante a intuição do costureiro em captar
aspirações difusas, mostrando-se como se diz, “sensível ao momento”.
Como tudo começou – Charles Fréderic Worth
Até meados do século passado as roupas femininas eram feitas por
artesãos que eram simples executantes, conformados em satisfazer as
idéias, preferências ou caprichosos de suas senhoras e clientes. A
indumentária dos poderosos do passado chegou aos nossos dias por
intermediários da pintura, esta sim considerada arte maior, onde o autor
assina o que faz.
Em 1858 Charles Fréderic Worth, comerciante inglês
estabelecido em Paris no ramo de tecidos finos, abriu um ateliê de
costura para mulheres dos mais altos círculos da corte de Napoleão III.
Foi tão elogiado que ele ganhou fama, prestígio e uma clientela segura e
fiel, na aristocracia e na alta burguesia de Paris.