A vela tem formato de paraglider e flutua de 100 a 300 metros acima do nível do mar
Você certamente já ouviu falar de barco à vela. E de navio cargueiro à vela? A proposta também soou como brincadeira para os investidores no início do projeto, que encararam com ceticismo a idéia de uma vela movimentar um navio cargueiro. No entanto, a invenção alemã saiu do papel e hoje já cruza os oceanos do mundo todo.
Utilizada como sistema de propulsão auxiliar, o Skysails, como a criação foi batizada, pode reduzir o uso de combustível em até 50%, diminuindo assim a emissão de poluentes na atmosfera – 146 milhões de toneladas de CO2 ao ano, a empresa calcula.
A vela tem formato de “paraglider”, 160 metros quadrados e flutua de 100 a 300 metros acima do nível do mar, onde os ventos são mais fortes. Ligada por um cabo à proa do navio, é controlada por piloto automático, e pode ser acionada ou desligada durante a viagem de acordo com as condições meteorológicas. “O Skysails funciona como uma asa de avião, só que é costurado com um tecido high tech ultraleve. Ele está equipado com sensores que medem a velocidade e a direção do vento. O autopiloto, então, o dirige de tal forma a aproveitar ao máximo a energia do vento”, explicou o inventor e engenheiro alemão Stefan Wrage à agência de notícias alemã Deutsche Welle.
Wrage conta que a idéia de construir uma vela propulsora de navios surgiu quando tinha 15 anos e seus dois hobbies eram empinar pipas e andar de barco. “A idéia veio depois que percebi a imensa energia gerada pela minha pipa em movimento”, ele descreveu ao jornal britânico The Independent. “No dia seguinte, andei de bote e notei que ele ia muito devagar. Então levantei a questão: por que não podemos usar a imensa energia do vento para movimentar barcos? Nunca entendi isso como impossível”.
Os investidores, porém, demoraram a acreditar, como Wrage, que o projeto era mais do que possível: economicamente viável. Segundo ele, depois de suas apresentações era considerado um louco. “As pessoas me falavam que não funcionaria, mas ninguém explicava por que achavam isso”, ele afirmou ao jornal britânico The Guardian. Em 2005, porém, o preço do barril de petróleo aumentou acima de US$ 60 o barril. “De repente, ficou muito mais fácil de levantar dinheiro”, conta Wrage.
Ainda assim, há quem não bote fé no Skysails. Mesmo a empresa tendo ganhado mercado nos últimos anos. “A indústria é, por natureza, muito conservadora e cuidadosa”, justificou Edwin Lampert, editor da revista Marina Engineers Review, ao Guardian.
De acordo com reportagem da Rede Globo, cada vela do Skysails custa em torno de R$ 5 milhões, ou um pouco mais de € 1,6 milhão, “um custo, segundo os capitães dos navios que já operam com o sistema, que pode ser recuperado em apenas 50 viagens transatlânticas. Ou seja, em 10 anos, no máximo, o investimento se paga só com a economia que o vento provoca.”
Fonte:Da Revista Sustenta | Foto: Divulgação
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