Londres, 2 mar (EFE).- O estilista britânico John Galliano, demitido
pela grife Christian Dior, pediu nesta quarta-feira desculpas pelas
supostas declarações antissemitas atribuídas a ele pelo tablóide
britânico "The Sun", nas quais declarava amor a Adolf Hitler.
Em comunicado enviado nesta quarta-feira pelos
advogados em Londres, o estilista garante que "o racismo e a conduta
antissemita não têm cabimento na atual sociedade" e se desculpa "sem
reservas" se o seu comportamento "ofendeu alguém".
A maison francesa decidiu abrir mão dos serviços de
Galliano depois que este, em estado de embriaguez, supostamente
proferiu insultos antissemitas e tentou agredir um casal que estava em
um bar.
"Desde que sucederam os fatos na quinta-feira
passada, não fui capaz de fazer nenhuma declaração pública, seguindo o
conselho do meu advogado francês. No entanto, perante a passividade da
promotoria francesa, me vejo obrigado a me expressar", explicou nesta
quarta-feira o estilista no comunicado.
Na nota, publicada por seus representantes legais
"Harbottle & Lewis", Galliano, que até então ficou em silêncio,
"nega completamente" as acusações contra ele e assegura que está
"colaborando com a investigação policial".
O estilista britânico, que pede "desculpas sem
reservas", alega também que foi provocado: "Várias testemunhas
independentes indicaram perante a Polícia que fui submetido a assédio
verbal e provocações, e que um indivíduo tentou me machucar com uma
cadeira. Apresentei denúncia por essa agressão".
No entanto, o já ex-diretor artístico da Dior
reconhece que apesar disso, "aceita que as acusações contra ele
decepcionaram e escandalizaram as pessoas".
"Devo assumir responsabilidade pelas circunstâncias
nas quais me encontrei e por permitir ter me comportado da pior forma
possível", disse.
Galliano aponta que só pode culpar a si mesmo pelo
ocorrido e que agora "deve trabalhar duro para ganhar a compreensão e
compaixão das pessoas", para o qual está "buscando ajuda".
"Durante toda minha vida lutei contra o
preconceito, a intolerância e a discriminação, tendo sido objeto eu
mesmo disso. Em todo meu trabalho, minha inspiração foi unir as pessoas
de todas as raças, credo, religião e sexualidade realizando uma
diversidade cultural e étnica através da moda", afirmou.
A Dior anunciou na terça-feira que iniciou os
trâmites para despedir o costureiro, após a difusão de um vídeo no qual
ele aparece gritando que ama Hitler, em evidente estado de embriaguez.
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