O público que acompanha a série "X-Men" pelo cinema sabe que Wolverine, também chamado de Logan ou Jimmy, tem o esqueleto revestido de adamantium - inclusive suas garras - e poderes regenerativos, além de um corte de cabelo muito estranho. Mas, só quem conhece o personagem nos quadrinhos sabe sua história.
"X-Men - Origens: Wolverine", que chega aos cinemas de todo país na quinta-feira, dá conta dessa questão. O longa estréia em pouco mais de 500 salas, com cerca de 200 cópias dubladas em português.
Dirigido pelo sul-africano Gavin Hood ("Tsotsi - Infância Roubada", ganhador do Oscar de filme em língua estrangeira, em 2006), a partir de um roteiro de David Benioff ("O Caçador de Pipas") e Skip Woods ("A Senha: Swordfish"), "X-Men - Origens: Wolverine" deixa de lado o que havia de mais cerebral nos dois primeiros filmes da série (2000 e 2003) para apostar pesado nas cenas de luta.
Assim, o complexo subtexto da franquia sobre seres mutantes buscando espaço num mundo preconceituoso que privilegia cada vez mais a chamada "normalidade" é inexistente nesse novo filme. Aqui, como o título anuncia, conheceremos o passado do X-Men mais famoso, interpretado novamente por Hugh Jackman ("Austrália").
Nascido James Howlett, no Canadá do século 19, e depois chamado de Logan (o filme não explica a mudança de nome) e finalmente Wolverine (por causa de uma lenda envolvendo esse animal, semelhante a um pequeno urso), o personagem tem estranhos poderes, vive um conflito emocional e mantém uma relação turbulenta com o irmão mais velho, Victor Creed (Liev Schreiber, de "A Profecia"). Ele também é mutante, com agilidade e garras afiadas.
Num primeiro momento, a relação é amigável e, lado a lado, eles lutam em diversas guerras, embora Logan não concorde com as reações violentas do irmão. Mais tarde, os dois são procurados pelo coronel Stryker (Danny Huston, de "Filhos da Esperança"), que está montando uma unidade composta por mutantes conhecida como Equipe X.
Uma série de desentendimentos leva à dissolução do esquadrão. Alguns anos mais tarde, o personagem está casado com Kayla (Lynn Collins, de "A Casa do Lago"), e vive numa região isolada. Uma tragédia, no entanto, fará Logan aceitar uma arriscada proposta de Stryker: ter o corpo todo revestido de adamantium para se tornar indestrutível. Se em "X-Men - O Filme", o primeiro da série, Wolverine não possuía memória e não se lembrava do passado, aqui tudo encontra explicação, em "X-Men - Origens: Wolverine", o diretor Hood não abre mãos dos mesmos maneirismos que transformaram seu "Tsotsi - Infância Roubada" em algo tão problemático, como música incessante e excessos visuais, como cortes e fotografia rebuscada, mas nada disso contribui para tornar a história de um dos X-Men mais famosos em algo memorável. "Você não é um animal", uma personagem lembra Wolverine a todo momento. Realmente, ele não é. Na trilogia original, os mutantes, por mais estranhos que fossem, possuíam algo de humano em sua essência. Aqui, no entanto, embora o protagonista tente controlar seus instintos animais, a forma como ele é retratado o priva da humanidade que ele tanto procura.
Para quem gosta do estilo uma boa pedida para o feriadão.
Fonte:do Cineweb/Por Alysson Oliveira
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