Conheço quem usa livros para enfeitar a mesa da sala (uma sugestão bacana é Jazzlife,
de Willian Claxton, pela Taschen). Para se distrair no banheiro
(acredite: ler qualquer título de Malcolm Gladwell ajuda o intestino a
funcionar). Até mesmo para calçar aquela escrivaninha bamba ou prender a
porta (nestes casos, a espessura ou o peso da obra é determinante). Mas
o artista plástico norte-americano Brian Dettmer foi além. Ele usa
livros para fazer esculturas. Talhando folhas de manuais e
enciclopédias, Dettmer cria peças em relevo que ora seguem o tema
original do título, ora subvertem a proposta inicial do autor do livro.
Não se trata de colagem — o material usado nas esculturas é todo parte
da obra.
Em seu site, Dettmer explica o processo de criação:
Neste trabalho eu começo com um livro existente e lacro suas bordas, criando um recipiente fechado cheio de potencial a ser descoberto. Corto na superfície do livro e passo a dissecá-lo a partir do começo. Trabalho com facas, pinças e instrumentos cirúrgicos para esculpir uma página por vez, expondo cada camada durante o corte em torno de ideias e imagens de interesse. Nada dentro dos livros é realocado ou implantado, apenas removido. Imagens e ideias são reveladas para expor histórias e memórias alternativas. Meu trabalho é uma colaboração com o material existente e os seus antigos criadores, e as peças finalizadas expõem novas relações com os elementos internos do livro exatamente no local onde eles têm estado desde a sua concepção original.
Para conhecer mais do trabalho interessante de Brian Dettmer, visite seu Site e seu flickr.
Por: Rodolfo Viana
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