A trajetória evolutiva que permitiu que os vertebrados deixassem de viver na água e ocupassem a Terra, há 365 milhões de anos, não ocorreu em uma única linha, mas com vários tipos diferentes de bichos evoluindo paralelamente no ambiente terrestre, afirma um novo estudo. Produzindo um "censo" das espécies pioneiras na colonização da terra, um grupo de cientistas mostrou agora que o mundo em que elas viveram tinha um biodiversidade bem maior do que se imaginava. O novo trabalho foi liderado por Jennifer Clack, da Universidade de Cambridge (Reino Unido), que estudou fósseis do período de interesse: entre 360 milhões e 300 milhões de anos atrás. Reconstituição do Acanthostega, um dos primeiros a sair do mar; foram estudados fósseis de 360 milhões e 300 milhões de anos
No novo estudo, publicado na revista científica "Journal of Anatomy", Clack e seus colaboradores comparam fósseis de 35 espécies de tetrápodes. Foram esses, segundo os cientistas, os primeiros animais que conseguiram se arrastar sobre quatro pés. O trabalho mostrou que eles formavam uma fauna diversa, de empolgar qualquer zoólogo.
Alguns animais lembravam os atuais crocodilos, outros pequenas lagartixas, algumas cobras. Ocupavam todo tipo de nicho ecológico e de habitat. Os menores tinham dez centímetros de comprimento. Os maiores, cinco metros. Segundo Clack, porém, isso não quer dizer que vários animais tenham saído ao mesmo tempo da água para ocupar o ambiente terrestre, de maneira independente. "A hipótese é que todos os tetrápodes têm um único ancestral [o primeiro a pisar fora d"água]". As diferenças surgiram já em terra, portanto, já que os animais estudados não eram nem peixes nem anfíbios, e sim algo intermediário. Os mamíferos ainda estavam longe de surgir. Eles apareceram 200 milhões de anos atrás, mais ou menos na metade do caminho entre a conquista do ambiente terrestre e a era atual.
Fonte: "Journal of Anatomy"
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