segunda-feira, 4 de abril de 2011

O fim da roupa barata? Será?

A Li & Fung anunciou na semana passada o seu veredicto sobre a era da roupa barata. Depois de três décadas em que os consumidores viram o vestuário ficar cada vez mais barato e os compradores buscavam incessantemente menores custos de produção, uma nova era está agora a começar.
 
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Fim da roupa barata
Paralelamente ao anúncio de quebra de recorde em termos de lucros, o gigante do sourcing mundial anunciou que é opinião da empresa que estamos perante o fim de uma era. Depois de três décadas onde se assistiu ao decréscimo contínuo dos custos de produção de vestuário, chegou agora o momento de inflexão dessa tendência e de começarmos a constatar que as recentes subidas nos custos dos factores de produção da fileira moda iniciaram um período de subida irreversível.
Para o gigante mundial da logística e sourcing, esta inversão de ciclo não afectará a sua dinâmica vencedora e de crescimento, pelo que espera que os seus resultados operacionais mais que dupliquem até 2013, para os mil e 500 milhões de dólares.
A Li & Fung, que fornece os maiores retalhistas mundiais onde se incluem nomes como a Wal-Mart e a Gap, anunciou assim que se iniciou uma nova era no sourcing, com custos mais altos, à medida que os produtores de vestuário começam a passar para os seus clientes os aumentos de preços das matérias-primas e dos custos do produção na China.
«O principal tópico na cabeça de toda a gente neste negócio é que os custos mais elevados estão cá para ficar. No entanto, os retalhistas estão, actualmente, indecisos se passam esses aumentos para os clientes ou se acomodam os aumentos através da perda de margem», referiu Bruce Rockowitz, presidente da Li & Fung.
Para o director-geral do grupo, William Fung, a falta de mão-de-obra existente actualmente na China é outro dos factores que está a pressionar os preços de custo e fez já com que os salários subissem 20% este ano. Constatamos, assim, o fim da contribuição da China para a deflação mundial dos preços do vestuário a que temos vindo a assistir durante os últimos anos.
Os lucros deste grupo sedeado em Hong-Kong atingiram, o ano passado, o seu valor mais alto de sempre, crescendo 27% para os 550 milhões de dólares. Os resultados operacionais aumentaram 42% para os 725 milhões de dólares e as vendas subiram 19%.
A subida dos custos de mão-de-obra na China tem levado a que a Li & Fung deslocalize parte da produção que gere para países como o Bangladesh, o Vietname e a Indonésia. Apesar desta transferência, a produção realizada na China viu o seu peso relativo aumentar na carteira de encomendas da empresa. Em 2010, 57% do negócio da Li & Fung provinha de fábricas chinesas, um crescimento de 3% face a 2009.
 
Fonte Portugal Textil

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