segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Nesta terça-feira, a Terra esgota sua capacidade anual de produzir bens e absorver resíduos

Parte noticia publicada na revista Ambiente Brasil on line em 22.09.08 por:Mõnica Pinto / AmbienteBrasil

Nesta terça-feira, 23 de setembro de 2008, a humanidade terá consumido toda a área de terra disponível para produzir seus bens de consumo e absorver seus resíduos para este ano, com a tecnologia atualmente disponível. Os cálculos foram feitos pela Global Footprint Network (Rede Global da Pegada Ecológica), organização não-governamental que realiza pesquisas científicas sobre o tema.

“A Pegada Ecológica é uma metodologia científica utilizada para calcular com bastante precisão qual é a capacidade do planeta Terra de regenerar seus recursos naturais anualmente, absorver os resíduos gerados por toda a atividade industrial e não industrial e, finalmente, cruzar estes dados com informações sobre o consumo de recursos naturais pela espécie humana”, disse a AmbienteBrasil Alexander Van Parys Piergili, consultor em sustentabilidade empresarial da EcosSistemas e parceiro no Brasil da Global Footprint Network.

Ele explica que é possível consumir mais do que o planeta produz por que a Terra possui uma “poupança” de recursos naturais que permite essa discrepância por um determinado período de tempo. “Quanto mais gastamos a poupança da Terra, menor sua capacidade de regeneração ou, como em um investimento bancário, menores são os retornos financeiros”, adverte.

“No caso da Terra, o retorno do investimento é a capacidade do planeta de regenerar os recursos naturais fundamentais para todas as espécies que o habitam”, diz Alexander. “Diferente de um investimento bancário, a escolha de como aplicamos este capital tem conseqüências vitais, ao menos para a humanidade”.

Segundo ele, a boa notícia é que com os recursos científicos, tecnológicos e informações disponíveis hoje, cada tripulante da nave espacial Terra tem em mãos instrumentos de navegação que fornecem dados importantes sobre o desempenho da nave, e permitem a tomada de decisões baseadas em informações consistentes, de modo a manter seu bom funcionamento.

A WWF Brasil mantém o site www.pegadaecologica.org.br, por intermédio do qual o leitor pode conhecer o “tamanho estimado de sua Pegada Ecológica”. Via de regra, observa-se uma relação diretamente proporcional entre consumo excessivo de bens industrializados e pegadas grandes.

“É importante notar que tanto a quantidade como a qualidade do que consumimos se refletem diretamente sobre o tamanho de nossa Pegada Ecológica. Assim, não basta reduzir o consumo, mas talvez mais importante, consumir as coisas certas”, diz o consultor Alexander.

A WWF Brasil também expõe, no respectivo site, práticas que ajudam a diminuir a Pegada Ecológica de cada um, pela adoção de estilos de vida mais equilibrados e amigáveis com o meio ambiente, o que é fundamental para a Terra.

“Há muitas coisas que você pode fazer no seu dia-a-dia, basta ter disposição e prestar atenção no caminho. O planeta e a vida agradecem”, exorta a entidade. Confira.

Alimentação

Evite alto consumo diário de proteínas (carne animal), de produtos industrializados e de fast food. Assim, além de uma dieta mais saudável, você irá evitar a produção de muitas embalagens, que logo viram lixo.

Hábitos

Todos os nossos hábitos de moradia, alimentação, consumo, locomoção têm relação direta com a utilização dos recursos naturais, assim como nossas opções de lazer.

Consumo

O excesso de hábitos consumistas é um dos fatores que mais contribui para o esgotamento das reservas naturais do planeta. Evite substituir aparelhos de alta tecnologia sem necessidade e reduza o consumo de descartáveis.

Moradia

Procure identificar vazamentos em sua casa ou no seu bairro, evite o uso da mangueira para limpar calçadas ou lavar o carro e junte roupas para lavar e passar.

Transporte

O aquecimento global é causado, em grande parte, pelos gases da combustão dos motores dos automóveis. Por isso, um transporte sustentável tem de levar o máximo de carga gastando o mínimo de combustível.

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