domingo, 29 de março de 2009

Grande Prêmio da Austrália, Brawn GP comprova domínio, Button vence e Barrichello completa dobradinha

Absoluto, o inglês Jenson Button reinou no treino oficial e liderou a prova de ponta a ponta para vencer o GP da Austrália de Fórmula 1. O piloto sobrou nas 58 voltas e deu a vitória à equipe Brawn GP em sua primeira prova na categoria.
De quebra, um acidente entre Robert Kubica e Sebastian Vettel colocou o brasileiro Rubens Barrichello na segunda posição e a escuderia inglesa conseguiu assim uma histórica dobradinha em seu GP inicial.

Daniel Munoz/Reuters
Webber bate em Kovalainen e Heidfeld roda na 1ª curva
Daniel Munoz/Reuters
Nelsinho abandona depois de rodar sozinho. Massa também deixa GP.
Oliver Multhaup/AP
No fim, festa para Ross Brawn e os pilotos Button e Barrichello
BRAWN DOMINA NOS CONSTRUTORES
Esta foi apenas a terceira vez na história que a Fórmula 1 viu uma equipe estreante ter os dois primeiros da prova. A primeira foi a Alfa Romeo no primeiro GP da Fórmula 1, realizado em Silverstone-1950, com a vitória de Giuseppe Farina e a segunda posição de Luigi Fagioli. Quatro anos depois, a Mercedes repetiu o feito com Juan Manuel Fangio e Karl Kling no GP da França-1954.
Depois disso, outras duas equipes conseguiram um triunfo no seu primeiro GP na categoria, mas sem a dobradinha. A Kurtis Kraft venceu o GP de Indianápolis em 1950, com Johnnie Parson. Já em 1977, foi a vez de a Wolf levar a vitória com Jody Scheckter no GP da Argentina.



Se Button dominou a prova desde o início, Barrichello teve de se recuperar após fazer uma péssima largada e cair para o sétimo lugar. Aos poucos, ele foi superando os adversários, mas chegou a quatro voltas do final precisando tirar mais de 20 segundos para ir ao pódio. Mas, nesta hora, Kubica e Vettel bateram, quando disputavam o segundo lugar, e o brasileiro herdou o posto.
"Estou muito feliz, muito contente com o resultado da prova. Nunca imaginei que poderia ser segundo depois da largada. Fico muito feliz de fazer a dobradinha", disse o veterano de 36 anos, sem esconder o largo sorriso. Ao seu lado, Button festejou apenas sua segunda vitória na F-1. O triunfo anterior dele fora no GP da Hungria, em 2006.

A terceira posição do GP da Austrália ficou com o italiano Jarno Trulli, mas ela acabou mudando de mãos após a prova. A direção considerou o piloto da Toyota culpado por ultrapassar o inglês Lewis Hamilton, quando o safety car estava na pista na última volta, após a batida de Kubica. O italiano tomou 25s de penalização e caiu do 3º para o 12º lugar.
Assim, Hamilton herdou a terceira colocação, seguido pelo alemão Timo Glock. Os dois fizeram bela corrida de recuperação, pois largaram em 18º e 19º lugares, respectivamente. O espanhol Fernando Alonso foi quinto colocado, seguido pelo alemão Nico Rosberg, pelo estreante suíço Sébastien Buemi e pelo francês Sébastien Bourdais.
Os brasileiros Felipe Massa e Nelsinho Piquet abandonaram a prova. O piloto da Ferrari teve problemas mecânicos na 46ª volta, quando era o 11º colocado, enquanto o piloto da Renault rodou sozinho na 24ª volta. A próxima prova da Fórmula 1 está marcada para o próximo domingo, às 6h (horário de Brasília), em Sepang, na Malásia.

A corrida
O bom desempenho de Barrichello no treino ruiu logo na largada. O brasileiro demorou para sair do grid, foi ultrapassado por oito adversários e ainda conseguiu recuperar duas posições no fim da reta. Porém na curva ele dividiu o espaço com Webber e Heidfeld, e o choque foi inevitável.

A sorte do piloto da Brawn GP é que seu carro não sofreu muitas avarias, enquanto Webber acertou o finlandês Heikki Kovalainen, que teve de abandonar a prova, e em seguida tocou em Adrian Sutil. Só o brasileiro não precisou ir aos boxes após a colisão. Longe da confusão, Button manteve a ponta, seguido por Vettel e Massa. Nelsinho Piquet foi o destaque, saltando do 14º para o 9º lugar.

"O carro praticamente morreu, a embreagem entrou em ponto morto, tive de engatar a primeira rapidamente e o carro seguiu. Na curva, porém, a McLaren bateu forte, isso me jogou para cima da Red Bull e achei que a corrida ia acabar por ali", lembrou o brasileiro.

Aos poucos, Barrichello melhorou o desempenho e assumiu o sexto lugar do GP na décima volta, ultrapassando Kimi Räikkönen. Em seguida, Massa fez sua parada nos boxes. Na 17ª volta, o japonês Kazuki Nakajima perdeu o controle do carro e bateu no muro. Barrichello aproveitou para fazer o pit stop, Button fez a parada na volta seguinte, mas logo na saída o inglês viu o safety car ir para a pista, em virtude dos detritos deixados na pista por Nakajima.

"O prejuízo é grande...Tomara que consigamos levantar e arrebentar"
MASSA É SÓ LAMENTO
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HAMILTON SAI NO LUCRO
Quando o carro de segurança saiu na 24ª volta, o Brasil perdeu um de seus representantes. Nelsinho Piquet rodou sozinho na primeira curva e abandonou a prova. "Tive de frear forte e não tinha pressão nenhuma", lamentou o piloto da Renault, que foi mal em todo final de semana. Na 47ª volta, foi a vez de Felipe Massa deixar o GP com problemas mecânicos.
Ao mesmo tempo, Barrichello partia para a pressão em cima de Vettel na luta para conquistar o terceiro lugar, pois ainda não havia feito a segunda parada. Já o seu companheiro de equipe, Button, tinha tanta diferença na frente que, mesmo fazendo seu segundo pit stop, ele manteve a liderança na 48ª volta.
A sete voltas do fim, Barrichello parou nos boxes, mas voltou atrás de Kubica e Rosberg, ficando em quinto lugar. O brasileiro superou o alemão da Williams na volta seguinte, mas estava mais de 20s atrás de Kubica e Vettel.
Porém o milagre aconteceu na 54ª volta. O polonês e o alemão se tocaram quando disputavam o segundo lugar e deram adeus à prova. "Me desculpem", disse Vettel pelo rádio para a equipe, enquanto Barrichello completava a histórica dobradinha com Button. "Foi uma ótima estratégia da equipe e estou muito feliz", encerrou o brasileiro, após celebrar com Button e o chefão Ross Brawn.
Fonte:http://esporte.uol.com.br/

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