sábado, 3 de outubro de 2009

Vogue em crise?

Não sei se vocês chegaram a ver, mas no dia 1 saiu um artigo super interessante da Cathy Horynn no New York Times. É um daqueles que tem que ler. O título já é meio auto-explicativo sobre o conteúdo da matéria: What’s Wrong With Vogue (O que há de errado com a Vogue). Daí que Mrs. Horyn levanta uma série de fatores que contribuíram para o estado atual de uma das maiores e mais importantes publicações de moda ever: a Vogue America.Tudo começou com uma carta de uma leitora de San Diego. Dona Anna Wintour, que não é boba nem nada, publicou a reclamação da leitora na última edição de sua revista. Enfim, Kathryn Williams, a autora da carta, dizia com muita propriedade que “poderia fazer um calendário com as garotas das capas da revista, e provavelmente elas se repetiriam ano após ano”. E não é verdade? Quantas vezes a gente já viu a Carol Trentine, ou a Raquel Zimmerman ou então Gwyneth Paltrow na capa? E não precisamos nem ir muito longe, é só olharmos para irmã (ou seria filha?) brasileira da Vogue America. Quantas vezes Isabelli Fontana apareceu na capa da Vogue Brasil?

Por isso que eu super concordo com Kathryn Williams, que segundo Cathy Horyn conseguiu identificar com precisão o problema da Vogue: “a Vogue está ficando datada, estagnada, previsível”. E o que é mais chocante nisso é que está acontecendo apesar da participação de alguns dos melhores editores, fotógrafos e jornalistas do mercado.

Mas mesmo assim, a gente tem que reconhecer o potencial que Anna Wintour tem, né? Ela vem há 20 anos moldando a revista para refletir, como bem disse Cathy Horyn, mudanças no mundo e nas vidas das mulheres. De um jeito muito mais jornalístico do que de edição de moda, Mrs. Wintour vem dando tons bem reais para o conteúdo da revista, até mesmo em matérias meio fantasiosas como as da Grace Coddington e da Annie Leibovitz.

Quem imaginaria que um dia a Vogue ia conter matérias (e não apenas notinhas) relevantes sobre política e esportes. Não vamos esquecer que Anna Wintour chegou até a colocar uma primeira dama (que não tinha nada de semelhante com Jackie O, ou mais recentemente com Carla Bruni) como capa. Que revista de moda já fez ou tinha feito isso até então? Não estou querendo exaltar Mrs. Wintour, mesmo porque não sou lá muito fã dela, mas temos que reconhecer seu trabalho.

Mas também temos que reconhecer que faz muito tempo, mas muito mesmo (acho que desde os anos 90) que não vemos algo realmente chocante na Vogue America. Não é que não vemos nada de interessante ou bonito, bem pelo contrário, mas nada que seja muito incrível mesmo. E também não vemos nada disso na Vogue Paris, que pode ser mais provocadora, ou na Vogue Italia. Tudo começou com uma carta de uma leitora de San Diego. Dona Anna Wintour, que não é boba nem nada, publicou a reclamação da leitora na última edição de sua revista. Enfim, Kathryn Williams, a autora da carta, dizia com muita propriedade que “poderia fazer um calendário com as garotas das capas da revista, e provavelmente elas se repetiriam ano após ano”. E não é verdade? Quantas vezes a gente já viu a Carol Trentine, ou a Raquel Zimmerman ou então Gwyneth Paltrow na capa? E não precisamos nem ir muito longe, é só olharmos para irmã (ou seria filha?) brasileira da Vogue America. Quantas vezes Isabelli Fontana apareceu na capa da Vogue Brasil?

Por isso que eu super concordo com Kathryn Williams, que segundo Cathy Horyn conseguiu identificar com precisão o problema da Vogue: “a Vogue está ficando datada, estagnada, previsível”. E o que é mais chocante nisso é que está acontecendo apesar da participação de alguns dos melhores editores, fotógrafos e jornalistas do mercado.

Mas mesmo assim, a gente tem que reconhecer o potencial que Anna Wintour tem, né? Ela vem há 20 anos moldando a revista para refletir, como bem disse Cathy Horyn, mudanças no mundo e nas vidas das mulheres. De um jeito muito mais jornalístico do que de edição de moda, Mrs. Wintour vem dando tons bem reais para o conteúdo da revista, até mesmo em matérias meio fantasiosas como as da Grace Coddington e da Annie Leibovitz.

Quem imaginaria que um dia a Vogue ia conter matérias (e não apenas notinhas) relevantes sobre política e esportes. Não vamos esquecer que Anna Wintour chegou até a colocar uma primeira dama (que não tinha nada de semelhante com Jackie O, ou mais recentemente com Carla Bruni) como capa. Que revista de moda já fez ou tinha feito isso até então? Não estou querendo exaltar Mrs. Wintour, mesmo porque não sou lá muito fã dela, mas temos que reconhecer seu trabalho.

Mas também temos que reconhecer que faz muito tempo, mas muito mesmo (acho que desde os anos 90) que não vemos algo realmente chocante na Vogue America. Não é que não vemos nada de interessante ou bonito, bem pelo contrário, mas nada que seja muito incrível mesmo. E também não vemos nada disso na Vogue Paris, que pode ser mais provocadora, ou na Vogue Italia.

revistas


Mas isso é outro assunto. O problema é aqui é que a revista, além da previsibilidade e da repetição, está começando a perder seu potencial de conteúdo. Está ficando rasa. Antes a gente podia encontrar ótimos textos, sobre assuntos super interessantes na Vogue. Mas de um tempo para cá, parece que a vida de socialites que a gente nunca ouviu falar e que até nos questionamos se é mesmo importante se preocupar com as histórias delas, vem ganhando maior destaque. Um problema que é super recorrente aqui, né? As vezes a Vogue Brasil vem cheias dessas matérias que parecem ser um relato de amigas. Ou então com matérias que até poderiam ser interessantes, mas que aparecem de forma tão rasa que a gente tem que pensar duas vezes se aquilo realmente é importante ou vale um aprofundamento maior.

Eu só fui ver depois que li a matéria da Cathy Horyn, mas dá mesmo vergonha de ver como a revista está lidando com a recessão. Tudo bem que pode até ter aquilo de o público alvo não sofrer muito o impacto da crise, mas vamos com calma, né? A Vogue América tem uma circulação de 1,3 milhões de exemplares, não é possível que Anna Wintour – que dizem conhecer e prezar tanto pelos seus leitores – não levar em consideração que as pessoas vão sim passar por períodos de escassez de dinheiro e que isso vai influenciar a moda. Será que ninguém vê que se esta posição não mudar a revista vai deixar de ter esse apelo com a realidade e começará a perder a fidelidade de seus leitores?

Sem contar que a revista não muda sua cara e sei lá quantos anos, e parece desconsiderar por completo os impactos e importâncias de internet, das redes de relacionamentos e dos blogs e outras formas de conteúdo on-line.


Enfim, só achei importante falar do assunto aqui, já que dá pano para muita manga. Prometo que mais tarde, depois que botar a vida em ordem desse retorno das férias, continuo a discussão.

Fonte:About Fashion

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